“E quando os
parentes de Jesus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora
de si” – Marcos, Cap.3 – v. 21
Porque, muitas vezes, deixa o homem de atender os
interesses daqueles com os quais se aparenta pelos laços consanguíneos, é por
eles considerado alienado.
Poucos, no Mundo são os que entendem quem toma a decisão
de renunciar à existência humana convencional.
Os familiares de Jesus não hesitaram em considera-lo
louco não se preocupava apenas com assuntos e necessidades que lhes fossem
pertinentes.
É possível, pois, que, abraçando este ou aquele ideal que
extrapole o âmbito dos interesses imediatos dos que supõem ter sobre nós a
posse afetiva, sejamos rotulados de ingratos ou de fanáticos.
Não dispondo, na atualidade, do direito de
interceptar-nos os passos na senda que escolhemos percorrer, na busca solitária
que almejamos com comentários desabonadores, na tentativa de, moralmente,
lançar-nos ao descrédito perante a opinião pública.
Todo aquele que, espiritualmente, tende a se emancipar do
grupo de antigos companheiros habituados a viver na consagração do egoísmo, com
inegável desperdício de tempo e oportunidade na encarnação, se deparará com
inevitável resistência.
Não é de maneira passiva que a treva cede espaço à luz,
nem sem oposição ferrenha que a matéria se submete ao espírito.
Não estranhemos, portanto, a pecha de perturbados com que venhamos a ser rotulados justamente por
aqueles dos quais nos seria lícito esperar palavras de incentivo e de
encorajamento.
Não foi somente através de palavras que Jesus demonstrou
que os que o rotulavam de louco estavam enganados, mas, principalmente, por
suas atitudes de coerência na prática sistemática do bem.
Mensagem do livro Saúde Mental - À Luz do Evangelho de Carlos A. Baccelli, Inácio Ferreira
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